O que você vai ser quando crescer?


 Eu acredito em ciclos. Acredito que todas as coisas no universo estão sempre buscando um equilíbrio. Para saber o que é bom, temos que provar do ruim. Para saber um fórmula que deu certo, precisamos conhecer o que não funcionou. Afinal, foi nas adversidades que o ser humano deu seus maiores saltos.  
  
   Quando olho para o mercado de trabalho e como funciona a seleção de profissionais para uma empresa, percebo que ainda existe muito a se aprender. Muitos erros já cometidos nos mostram o que não deve ser replicado, e muitos outros que ainda estão por vir nos colocarão cada vez mais no caminho para alcançar a melhor eficiência para esse processo.

     A profissão que escolhi me deu a oportunidade de conhecer muito das relações humanas e do que as pessoas esperam. Através dessa relação, pude perceber a influência que nós recebemos do mundo e como acabamos querendo aquilo que dizem ser bom para nós. Em busca das melhores oportunidades e salários, pude ver como os profissionais vem se moldando para apresentarem um perfil que é tido como "desejado" pelas empresas. Nesse movimento, a pessoa perde sua identidade. Mas percebi que o que funcionava lá atrás, já não funciona mais hoje. Vejo que essa percepção já está mudando. Acredito que as novas gerações entendem muito mais sobre a efemeridade do tempo do que no passado. Os mais jovens não entendem como os mais velhos conseguem se permitir realizar coisas que não as dão prazer por tanto tempo, e os mais velhos não entendem como os mais jovens não querem fazer "pequenos sacrifícios" em prol de um resultado futuro.

     Recentemente tive meu primeiro filho. Ele hoje tem pouco mais de um ano e com isso participo de assuntos que antes não faziam parte da minha realidade. Por exemplo, em qual escola seu filho vai estudar. Vejo como os pais estão super preocupados com isso. Não me coloco fora desse círculo, afinal quero o melhor para meu filho e acredito que uma ótima educação é uma das principais heranças que posso deixar para ele. Contudo, a coisa é mais complexa do que parece. Vejo pais projetando ver seus filhos estudando em determinadas escolas, para que eles possam entrar em determinadas faculdades e serem aquilo que os pais desejam para eles. Esqueceram de perguntar se é isso que o filho vai querer da vida. Será que esse movimento não foi motivado por essa imagem que foi vendida para os pais do que o seu filho precisa para ter sucesso? Mais uma vez, a identidade do indivíduo é retirada dele, em tempos onde ele ainda nem possui capacidade de questionar.

     Eu acredito que você tira o melhor de alguém quando esta pessoa faz determinada coisa por paixão. Não por que alguém disse que seria bom fazer, mas porque o indivíduo decidiu fazer! Tudo que fazemos com amor, fazemos dando o melhor de nós, comprometidos com a causa e com o resultado do trabalho que empregamos. As histórias dos executivos mais brilhantes passam por essa paixão, por essa motivação que vem de dentro e alguns deles nem concluíram uma faculdade. Tiveram uma ideia e correram atrás de transforma-la em uma realidade.

     Um grande sábio disse um dia, que "se você apertar demais a corda de um instrumento ela arrebenta, e se deixar muito frouxa ele não toca". O segredo é justamente o ponto de equilíbrio. Por isso tenho fé. Acredito que estamos apenas começando a descobrir como seremos pessoas melhores e por consequência profissionais melhores. Através de ciclos de erros e acertos, caminharemos para uma nova percepção, onde poderemos nos dedicar àquilo que nos torna felizes.

Por Leonardo Matheus Kurzhals

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