Pode isso, Arnaldo?


Em nossa rotina de trabalho, nós – headhunters – temos a oportunidade de estar em contato com uma grande quantidade de profissionais. Estes chegam até nós com diversos objetivos: (re) colocar-se no mercado; buscar informações sobre o mundo corporativo; concorrer a uma vaga; ou simplesmente vontade de bater um papo voltado para as questões profissionais.
Recentemente, tive uma semana lotada de entrevistas e após os profissionais apresentarem seu perfil técnico, as principais atividades que já desenvolveram e seus objetivos sempre tinham algo a perguntar. Independente do conteúdo dos questionamentos, as dúvidas podem se resumir a: isso é bom ou é ruim? O curioso é que esse tipo de questionamento é comum a diferentes idades e graus de senioridade.
Em suma, os candidatos chegam aqui lotados de perguntas: Devo isso? Posso aquilo? Como faço isso? Isso é certo ou errado, bom ou ruim? Relatam, ainda, que muitas vezes são orientados para agir de uma determinada forma e, em seguida, recebem uma orientação contrária.  A consequência disso? Profissionais desorientados, sempre achando que estão fazendo algo errado e por isso não estão conseguindo a vaga desejada.
Há dezenas (e conceituadas) publicações na mídia impressa e digital que se tornaram manuais de como agir, pensar e ser para ter uma carreira bem sucedida.   Na maior parte das vezes, as reportagens são sérias e de fato trazem informações importantes advindas de consultores de Recursos Humanos em geral. Há, contudo, uma questão que normalmente é esquecida, não é sublinhada e que é importantíssima: um determinado profissional, aderente a um determinado cargo, em um determinado momento em uma determinada organização. Muitos fatores em jogo, não? Uma pessoa, um momento, um cargo, uma empresa. Conciliar tudo isso não é simples.
Ser o candidato escolhido para ocupar uma posição não depende somente de um currículo redigido corretamente, de ter sólido network (online e offline), de como você se vestiu na entrevista, de quanto você ganha e do quanto quer ganhar, etc, etc, etc, etc, etc. Tudo isso sempre será levado em consideração é claro, porém há diversos fatores que estão em jogo. Fora aqueles de ordem subjetiva que não podem ser medidos ou visualizados.
Em suma, muitas vezes, quando um profissional participa de um processo seletivo e acredita ter total aderência a um determinado cargo e não é selecionado, muitas vezes se culpa e tenta compreender onde foi que ele errou. Busca respostas, recorre aos artigos de certo e errado e me pergunta: porque não fui escolhido? E às vezes só posso responder: não era para acontecer isso para você agora, mesmo você tendo feito tudo “certo”.


Por Erika Falcão

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