Há espaço para compartilhar a dor?



Sempre que vou escrever algo fico pensando: já li isso antes? A resposta normalmente é positiva, porém não é fácil ser totalmente inovador. Diante disso, escrevo motivada por outro que acaba de ser publicado, cuja fonte não deixarei de citar no final desse artigo.

Constantemente, fico impactada em como as pessoas são felizes no Facebook ou em outras difundidas redes sociais. Todas têm os melhores parceiros amorosos do mundo, as férias mais fantásticas, bebem a cerveja mais gelada do bar, comem o melhor camarão VG, tem os melhores amigos do mundo, amam todas suas atividades laborais e são absolutamente politizadas, espiritualizadas e caridosas.

Mesmo fazendo a crítica acima, já quero deixar claro que mesmo sendo usuária frequente de redes sociais, não acredito que estas sejam espaços propícios para discussões e questionamentos profundos.

Estamos todos logados em diversas mídias sociais na Internet, buscando novas e infinitas informações e diante dessa realidade me pergunto em que horas, onde e com quem há espaço para falarmos de nossas dores, daquilo que nos torna infeliz, das férias que adiaremos novamente, do relacionamento que não é mais o mesmo, da dificuldade que é criar um filho, etc.

No corre corre do dia-a-dia, quando temos tempo, buscamos nos divertir e não pensar em nada e esquecer dos problemas. Nesse sentindo, olhar e falar sobre o desagradável parece não encontrar lugar no mundo de hoje.
No ambiente do trabalho, nas grandes corporações, isso torna-se ainda mais nítido. O sofrimento só parece encontrar lugar nos consultórios médicos, e de psicoterapia.

Defensora da conversa de bar, e da conversa do "face", não estou aqui propondo ficar alardeando dores e tristezas no facebook, no trabalho. Minha sugestão é que se reserve um tempo para olhar para si mesmo, verificar internamente o quê não está lhe agradando e descobrir quais pontos você precisa desenvolver para ser melhor para si mesmo. Posso garantir que é compartilhando a dor e o sofrimento que você conseguirá dar passos para sentir-se melhor. Contudo, você precisará descobrir como, com quem e onde você vai compartilhar as dores (e delícias) de ser quem você é.












          Por Erika Falcão

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